Em 1990 a Peugeot convidou um grupo de jornalista dos vários cantos do mundo para um desafio inusitado: atravessar o deserto do Sahara ao volante de automóveis de série da sua gama: o 205, o 309, o 405 e o 605, todos de tracção dianteira. O percurso, denominado "Pista dos Leões", deveria ter tido início em Marrocos e a chegada na Jordânia, mas com a invasão do Kuwait pelo exército iraquiano, que daria início à I Guerra do Golfo, o trajecto teve de ser alterado.



A partida teve lugar em Taroudant, em Marrocos, passou por Tamanrasset nas montanhas de Ahaggar, na Argélia, chegou até Djanet, às portas do deserto de Ténèré e terminou em Nefta, na Tunísia, a 28 de Novembro. Nós estivemos na etapa que atravessou a Argélia e as memórias ficaram para a vida. Ainda hoje é incrível pensar que subimos ao Assekrem, na Argélia, e percorremos o Sahara até Dajnet, em automóveis cujas únicas diferenças para os que estavam à venda nos stands em Lisboa passava pelas protecções de cárter, amortecedores mais resistentes e pneus de rali.



Todos os veículos chegaram ao final graças ao esforço da equipa de mecânicos que todas as noites faziam horas extraordinárias para reparar os cárter de óleo partidos. Foi uma das mais evidentes provas de fiabilidade que já vimos...